Na adolescência, treinava para melhorar minha condição respiratória. Quando criança tive uma bronquite que dificultou muito meu desenvolvimento físico, emocional e social. Pouco a pouco fui vencendo as dificuldades e de um atleta mediano, passei a obter algumas vitórias, para mim, significativas nas piscinas.
Porém foi nas maratonas aquáticas que descobri o verdadeiro prazer de nadar. Participando desde 1991 de travessias do campeonato paulista, passei a nadar distâncias cada vez maiores e que pareciam, impossíveis. O circuito progressivo que começava com três e terminava com trinta mil metros foi a melhor prova de que havia evoluído. Durante este período, conheci pessoas que passaram a servir de inspiração e me motivar cada vez mais a prosseguir.
Sentia que esta satisfação vivida nas águas , interferia positivamente na minha vida amorosa, profissional e pessoal. Foi assim e é até hoje.
Até que em 2014 decidi encarar o maior desafio aquático e talvez da minha vida até então. Conseguir realizar a nado a travessia do Canal da Mancha aos 53 anos, parecia algo muito longe das minhas possibilidades, mas minha determinação e todo preparo mental, além, é lógico de contar com o apoio da família, amigos e deste extraordinário Igor de Souza, extremamente competente no desenrolar de toda a minha preparação.
Cheguei ao Canal com a certeza de que faria o possível para atingir o meu objetivo e no que dependesse de mim, tudo daria certo. Não foram poucas as adversidades, mas cheguei lá. Sem a preocupação de recordes, mas sim de encerrar um ciclo em minha vida que começou num simples atravessar uma piscina de 25 metros com extrema dificuldade, até nadar perto de cinquenta quilômetros nas águas congelantes do canal.
Como a maioria dos meus amigos que chegaram lá, um pensamento também norteou o meu caminho: " Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho, e sobre ele, lança toda a força da sua alma, todo o universo conspira a seu favor". J. Goethe.
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